São exatamente 2 e 27 da manhã... Passei o dia inteiro pensando em como escrever isso, mas só agora me dei conta de que como diz a música dos Titãs, "é caminhando que se faz o caminho"...
A greve dos professores, a minha sofrida categoria, está caminhando. Muitos colegas pararam, outros não se sacudiram, já alguns são contra, mas uma coisa é verdade: como o Estado tem coragem de pagar essa miséria aos docentes?
Pior: como estimular uma educação de qualidade quando há tantos problemas estruturais a serem rompidos? Ou resolveremos os problemas da educação com condicionadores de ar (alugados!!!) que nem sempre funcionam? Será mesmo que um salário digno é pedir muito? Não sei como olhar para o futuro e ver uma luz no final deste túnel...
A culpa nem é do Cabral. Não é... Odeio suas políticas, mas ele apenas está seguindo algo que já vem sendo feito faz tempo. Paga pouco, não há para onde correr e trabalha-se mais, não há estímulo por parte dos docentes e muito dos alunos por sua vez não possuem perspectivas maiores e consideram a educação algo feito apenas para preencher o tempo. Há também os problemas sociais: a venda de drogas, o uso da escola como creche, já que mães e pais precisam levar o sustento para seus lares, ou mesmo para fazer uma simples refeição. Sim... Um grande amigo me disse isso faz uma semana. Alunos muitas vezes não apoiam uma greve de professores pois sem aulas, acabam não se alimentando.
Como podemos romper com uma estrutura viciada e desigual sem a educação? Depois dizem que não temos memória, que somos passivos, que votamos mal e somos escravos da mídia.
A luta dos bombeiros e dos professores parece não ter qualquer relação, mas há um grave engano ai. Salários, dignidade e condições mínimas de trabalho não deveriam gerar tanto alarde.
As lutas são por condições de trabalho. Não vi um professor ou bombeiro pedindo 26 mil de salário, ao contrário da choradeira dos parlamentares, que chegam a afirmar que o que ganham não dá para muita coisa.
O que um professor ganha então...