segunda-feira, 18 de julho de 2011

A pátria de chuteiras?

Não jogo lixo no chão, não urino na rua e procuro votar da melhor maneira possível. Isso já não deveria fazer de mim um cara que ama seu país? Sou patriota. Amo meu país, com todas as suas belezas, maracutaias e contradições. Mas não adianta nadinha isso tudo. Torço para a Argentina e não para o Brasil. Não me sinto representado por estes jogadores que apenas nasceram no mesmo Brasil que nasci. Não consigo sentir patriotismo na maioria deles e ao meu ver "servir" a seleção parece ser apenas o prelúdio de um contrato vindouro e mais nada.

Não vejo sentido nisso tudo. O que a mídia fala parece que vira lei. Um aluno meu foi fazer uma prova com um casaco da Alemanha na semana passada e não acredito que tenha ouvido alguma gracinha. E as blusas com dizeres em inglês ou com uma águia simbolizando os Estado Unidos (isso quando não está estampada a Estátua da Liberdade)? Torcer para Portugal na Copa pode. Afinal, temos um passado, uma raiz comum... Mesmo que estes tenham sido os  séculos de exploração, escravidão, genocídio e pilhagem de riquezas. 

Quando chega a Copa (seja das Confederações, a América ou a do Mundo) somos convocados para torcer como se o Brasil fosse à guerra. E louco daquele que se negar a pintar a rua ou não vibrar com a seleção. Eu mesmo já cansei de ouvir que os argentinos nos odeiam, que possuem preconceito contra brasileiros e que eu deveria morar na Argentina. Já fui lá. Não vi nada disso e estes que afirmam isso apenas engrossam um discurso midiático que vende tabloides e enfraquece laços com um país vizinho, até mesmo porque os que repetem estes discurso, na sua maioria,  nunca foram lá...

Vargas usou a seleção, os militares mais ainda (ainda mais que a maior seleção da história se sagrou campeã na época do Milagre Econômico) e agora a mídia e as grandes empresas fazem uso do que seria (pelo menos tentam passar isso) uma das representações do país no campo esportivo.

Que prolema há em torcer para o Vettel na Fórmula-1, ou para a Inglaterra em uma Copa? 

Vivemos em um país onde escolhem o que podemos ou não podemos, logo se nacionalizar alemão ou português e jogas nestas seleções não é problema. Roubar dinheiro público é menos ainda. Agora, não torcer pelo Brasil na Copa... Isso sim é caso de fogueira, tortura ou até mesmo exílio...

domingo, 3 de julho de 2011

LIberdade

A população fez sua escolha. Na luta entre o mandatário do governo do Rio de Janeiro e os heróis rubros, estes levaram a melhor e com o respaldo de todos aqueles que se incomodaram com as palavras totalmente descabidas do Sr, Sérgio Cabral.

A luta destes começou faz tempo. Houve a tentativa de negociação, manifestações menores e o velho silêncio ignorante como resposta. Uma homenagem ao velho "depois veremos isso ai. Sem pressa..."

O Governador achou que poderia fazer o que quisesse e ficaria tudo por isso mesmo. Poderia ofender, prender, botar o dedo na cara e todos encolheriam o olhar e baixariam a cabeça. Engano feio... Muito feio por sinal.

Nessa semana houve até um pedido de desculpas. Mas isso tem explicação: O nosso monarca, ou melhor, governador, está com medo das próximas eleições, pois a oposição usará o caso dos bombeiros contra uma candidatura, apoio político ou mesmo uma simples eleição para síndico de prédio. E não só isso!!! Ou vamos nos esquecer do uso da polícia contra os professores grevistas em 2008, o envolvimento com uma leva considerável de empresários e o favorecimento em obras públicas, e isso tudo sem contar com os valores pífios de salários pagos aos servidores do segundo estado mais rico do Brasil.

A farsa deste governo precisa cair! Policiar favelas e manter a população pobre marginalizada é manter a mesma violência silenciosa que gera a marginalidade. Fornecer subsídios para a existência do bilhete único não resolve a lotação e da demora dos meios de transporte coletivos. E a educação? Preciso falar que essa é a maior da fachadas de sua campanha? 

O que houve com os bombeiros revelou apenas um pedacinho da podridão que está ao nosso redor e a relação com estes magnatas e seus jatinhos particulares apenas nos deveria fazer refletir.

Meu sonho é que a resposta para isso tudo venha nas urnas. Ou com um processo... Mas acho que estou sonhando meio alto.

Riram com a eleição do palhaço Tiririca em São Paulo. 1,3 milhão de votos. Descobrimos quantos Tiriricas havia em São Paulo e esse era o grande medo.

Mas será que isso é melhor do que os mais de 5 milhões de Sérgios Cabrais das últimas eleições?